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2 anos de Brincando no Pé! A nossa história, plantada e cultivada com carinho, para você.

Lembro como se fosse hoje, eu estava na festa de encerramento da escola em que trabalhava há 7 anos quando tocou meu telefone: “Sú, achamos a casa, venha conhecer!”.


Meu coração disparou. Senti medo, pânico, tristeza e felicidade. Era uma explosão de sentimentos, tudo misturado, dentro de mim.



Fui logo na manhã seguinte conhecer a casa e, quando cheguei, a primeira coisa que vi foi aquela árvore - tão imponente! Senti uma certeza tão forte, tão clara dizendo: É AQUI!



Daquele dia até a inauguração se passou quase 1 ano. Para quem não sabe, eu abri o Brincando em um espaço compartilhado com meu cunhado, o espaço era uma loja de bicicleta com restaurante e oficina para as bikes.

Espaço recém inaugurado, o Pedal no Pé

O meu pedaço era a parte de trás e eu tinha aquela árvore para explorar.

Espaço antigo de Brincando no Pé
A árvore que nos fez escolher este lugar

Nos primeiros dias, eu quase não dormia. Minha cabeça não parava de pensar, ficava imaginando uma casa na árvore, brinquedos, cores, como seria, o que eu queria… além de outras reflexões internas de quem era eu, qual era o meu propósito, minhas dúvidas… Como foi exaustivo!


As vezes me perdia nos meus pensamentos e viajava nas ideias. Passei uns meses preparando a terra, com todos os ingredientes que fui colhendo pelo caminho que pudessem ser adubos para uma linda floração.


Minha irmã foi meu norte, minha flecha, meu apoio, meu tudo. Com ela fiz meu planner, com ela decidi ações e alinhei expectativas. Eram horas de conversas noturnas!


Meu cunhado cansou de tantas perguntas que eu fiz. Conversava com muitos amigos e filosofava, gravando todas as nossas conversas (e entrevistas). Lembram Babi e Thiago?


O Diego, meu irmão da vida, me ajudou a deixar tudo florido. Sabia que as plantas não podiam faltar! Pintava canos, plantava flores e semeava junto comigo a essência daquele lugar.


Paola, minha amigona da faculdade, me ajudou a organizar os papéis, fazia pastinhas, planilhas, cadernos e até etiquetas. Ela era meu braço direito.


O primeiro ano passou voando, já tinha decidido nome, logo e estava louca fazendo o site. Com certeza escrever e decidir o que seria o Brincando foi a tarefa mais difícil, pois eu sabia que queria criar um novo formato, uma nova idéia, mas como? Será que as pessoas iriam entender o que eu estava falando? Seria uma ilusão? Seria possível? E o pior, seria vendável?


Nesse momento já tinha logo, já tinha site, já tinha amigos - aliás, muitos amigos me doaram brinquedos, a grande maioria do que tenho até hoje foi doado e agradeço muito a cada um por isso!!! Minha cunhada e meu irmão sempre me davam os brinquedos dos sobrinhos, guardavam sucata, potes, todos ajudavam como podiam!


No dia da inauguração, eu não conseguia parar de chorar… Olhava meus companheiros de jornada da escola que trabalhei por tanto tempo e me despedaçava. Ao mesmo tempo, tinha um time de mais de 10 pessoas, todos com camiseta com nosso logo, me ajudando ao brincar, plantar, tocar, receber... Era uma rede tão forte, tão real, tão segura que fizeram daquele dia o mas especial da minha vida!


Meu irmão, melhor fotógrafo do mundo, conseguiu fazer um lindo registro daquele dia e no rosto de todos - amigos, famílias, pais de alunos, alunos, pequenos e grandes - estava estampada uma energia forte e sincera que me deixa carregada até hoje!


A partir daí nem sei dizer como as coisas andaram, tudo foi acontecendo.


A Recreação de Férias de janeiro foi sucesso, logo no primeiro mês. Vinha gente conhecer, brincar quase todos os dias, foi o mês mais cansativo da minha vida.


Aprendi a fazer post, comprei um celular bom, passei a usar Facebook e Instagram como ferramenta de trabalho. Comecei a tirar fotos, fazer textos, mexer com dinheiro, vender festas, atender telefones, trabalhar com criança, montar mesa, decoração, limpar o chão, arrumar brinquedos... Nossa, eu nem sei como consegui!


O mais difícil de emplacar foram as oficinas durante a semana. Eu montava tudo, divulgava e não via ninguém! As vezes aparecia umas duas pessoas, mas na semana seguinte não vinha mais ninguém!


Foi quando percebi que precisava mudar algo e entrou na minha vida a Marina, amigona da Paola, que me ajudou muito a me descobrir! Ela refez meu site, minhas cores, me apresentou a Flávia, minha redatora, que depois de longas conversas e trocas de texto, conseguiu mostrar em palavras tudo o que eu sonhava. E assim, nasceu meu manifesto. Repaginamos tudo: elas me diziam que minha formação era importante, minha experiência era meu diferencial e isto precisava estar declarado.


Mais textos, mais produções, mais reflexões e, claro, mais coerência e consistência!


Foi um ano muito movimentado, com uma média de 4 festas por mês, alguns meses tivemos até 7 festas! As coisas foram surgindo na prática, no nosso dia a dia de Brincando.


Mesas das festas que fazemos no Brincando no Pé

A Vânia se tornou uma amiga desta jornada, uma artesã de primeira e excelente educadora. Ela turbinou o crescimento da nossa plantinha, com sua espiritualidade que purificava o ambiente. Com suas mãos mágicas, costurou cabanas, fez comidinhas, construiu brinquedos, toalhas, enfeites, flores e, juntas, conseguimos transformar aquele espaço e dar uma cara, um charme e um encantamento que foi, sem dúvida o diferencial.


Demis apareceu de bicicleta, encantado para conhecer o espaço e, no mesmo dia, sem programar, pedi que ele já começasse a trabalhar, se pudesse. Com ele, mudamos as coisas de lugar e criamos possibilidades todas as vezes. Com ele não tem tempo ruim. Logo virou brincante e integrante desta família de Brincando.


No nosso primeiro ano, senti que as raízes estavam ficando fortes, cada dia mais fortes, e eu estava aprendendo muito com tudo aquilo que vivenciávamos.


O Pedal no Pé, loja do meu cunhado, decidiu fechar seu espaço. Da minha parte, não havia dúvidas de que continuaríamos alí.


Feito! Em fevereiro ele saiu e, de repente, parece que fiquei mais forte, mais corajosa, mais experiente e mais poderosa!

Novamente amigos especiais se uniram de forma coletiva e, em 3 dias, repaginamos o espaço: das pedrinhas surgiram jardim, das paredes brancas, surgiram cores, da loja criou-se o ateliê, e um novo começo para nossa história.


Para florir de verdade, me reconectei com uma amiga da faculdade, que era uma ótima cozinheira, que tinha experiência com Buffet e que estava disposta a trabalhar!


Naquele momento éramos um grande e unido time: Lili, Priscila, Demis Vania, Thiago, Diego, Nathi, Elu, Juca, Tati, Everton.


Assim como um desabrochar, passamos a receber crianças para brincar durante a semana, de 4 passamos a fazer 6...7...11 festas por mês!


Mas com a correria, vieram mais preocupações. Passei a ter pressão alta, engordei bastante, dormia mal e acordava fazendo contas. Empreender não é tarefa fácil. Lidar com mães, com expectativas, com subjetividades, com posturas inadequadas, com famílias exigentes, com pessoas imediatistas que querem respostas em segundos era muito difícil para mim. Fui massacrada por alguns meses, quase enlouqueci, cheguei a achar que não conseguiria seguir em frente, que apesar de estar no caminho certo era doido demais, cansativo demais e preocupante demais. Mas, ao meu lado, eu já tinha uma legião de parceiros. Muitas pessoas me procuravam e projetos aconteciam, passamos a receber depoimentos de famílias que faziam acreditar que estávamos no caminho certo. Isso nos motivava.


Vi as crianças brincarem com tanta verdade, tanta liberdade, que passei a confiar no meu trabalho, na minha escolha e descobri que tinha encontrado meu grande propósito.

Nossos brincantes acreditam totalmente no livre brincar e se juntaram à nós nesta empreitada.

Não era mais um trabalho, não era mais uma fase, não era mais uma projeto, eu tinha encontrado meu caminho de vida e estava totalmente realizada!


Claro que falta muito coisa ainda a ser trabalhada.


Mas hoje posso dizer que aquela sementinha que foi plantada naquela terra fértil, cresceu sólida com raízes fortes. Ela floriu, desabrochou e hoje já tem uma enorme história para contar.


Foram dois anos de muito aprendizado e de encontros de alma. Mães que acreditam e escolhem deixar seus filhos conosco, avós que brincam com seus netos...


Tenho uma família que me apóia em tudo, que me acolhe e me acode, que me ajuda a permanecer acesa a chama, a vontade de brilhar! Como meu irmão sempre fala: “Voa Brincando no Pé!”


2 anos de amor, de dedicação, de luta por uma infância saudável, por uma proposta real que acredito com todas as minhas forças.


Hoje tenho segurança e confiança para dizer: Aqui promovemos o livre brincar e assim vamos continuar nossa jornada!

Equipe de Brincando no Pé, a nossa família



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